O Exercício do Amor Próprio
sexta-feira, 16 de abril de 2010
A Solidão acompanhada.
Vivemos em constate conflito pessoal, geralmente o momento sempre nos exige uma postura defensiva em relação às situações e em especial as pessoas. Não temos mais paciência, tolerância, comprometimento e a todo o momento agimos egoisticamente.
Os conflitos externos refletem de forma intensa em nosso interior, e a partir daí, passamos a ver ao nosso redor, falhas e desilusões, pois nos tornamos exigentes em demasia e muitas vezes erroneamente, julgamos e nos achamos juizes e sentenciadores.
Por isso, atualmente, a maioria das relações não conseguem passar de meros contratos de convivência, ninguém quer passar por problemas ou dificuldades, não sabem administrar as diferenças e exigem perfeição do outro, algo que ninguém pode dar, pois nem mesmo nós a possuímos para fazer tal exigência.
Admitir e respeitar opiniões contrárias à sua é algo em escassez, o hábito de tolerar não é mais usual, é mais fácil trocar, descartar, do que tentar resolver os problemas e as dificuldades que se enfrenta na relação, afinal, defeitos, erros e imperfeições, todos os seres humanos possuem, mas na atualidade, não se tem muita paciência para analisá-los e tentar soluciona-los em parceria e cumplicidade.
As contrariedades e decepções do cotidiano fazem com que as pessoas, a cada dia que passa, se afastem mais umas das outras, se suportem menos, se amem menos e se respeitem menos também, fazendo com que os laços fraternais entre os seres humanos se restrinjam.
E é então que surge a tão citada solidão, mais não uma solidão no seu sentido real da palavra, mas a pior delas, que é o estar só mesmo estando acompanhado. É o sentir-se vazio, sem rumo e sem perspectiva, infeliz e solitário, mesmo quando ao seu lado está aquela pessoa que um dia preencheu tanto espaço em sua vida.
E nesse momento perde-se o chão, o céu fica cinza, o coração acelera, mas não de felicidade como um dia já foi, mas de ansiedade, medo e incertezas, e é nessa hora que nos sentimos inertes e inermes, incapazes de lidar com nossos sentimentos paradoxais, perdidos em um labirinto existencial, repletos de perguntas sem respostas, de anseios desvairados, de buscas inclassificáveis e sem mais sentido algum, por que na verdade o desejo que nos invade é o de novamente ficarmos preenchidos, seja através da companhia do outro ou da nossa mesmo, começando ai, o processo de descobrimento e valorização de nós mesmos.
Angel Marie
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