O Exercício do Amor Próprio

O Exercício do Amor Próprio

terça-feira, 13 de abril de 2010

Ao certo nada nos pertence



Em alguns momentos da vida, tudo parece está perdido e sentimos a sensação de que o chão se abriu e de que você está preste a cair em um abismo sem fim. São tormentas que insistem em nos machucar, nos entristecer, nos colocar para baixo, fazendo com que nos sintamos a pior das criaturas.
E assim segue-se a vida com rumos diversos e misteriosos, planeja-se, arquiteta-se, busca-se, mas sem nenhuma certeza da concretização, afinal a vida não nos pertence por completo, o nosso destino de uma certa forma já traçou suas curvas e montou suas linhas retas e ao mesmo tempo paralelas aos nossos desejos, mas que nem sempre seguem juntas e em muitos momentos se separam e seguem caminhos opostos.
E é nesse instante, que nos sentimos vulneráveis, sem base, sem porto seguro, sem rota certa, sendo talvez nesse momento que, chegamos à conclusão de que somos apenas uma gota nesse enorme oceano chamado vida, e de que de nada adianta querer ser, ter, fazer, obter de forma egoísta ou egocêntrica, por que nada ao certo nos pertence inteiramente, nem mesmo o nosso próprio corpo, pois até ele um dia teremos que abandonar.
E mesmo assim, não compreendo porque não nos conformamos com as derrotas, com as desilusões, com as não concretizações tão planejadas, com as dificuldades que insistem em nos rodear e nos desnorteiam por inteiro, enfim com todas as rasteiras que a vida nos dá, sempre nos lembrando de que não temos o domínio sobre tudo e de que não somos tão superiores assim como acreditávamos ser.
E continuamos a sofrer, a nos sentirmos a pior das criaturas, sem rumo, sem direção, desmotivados e em alguns momentos, chegamos a nos sentir vítimas da vida, mas que coisa engraçada essa palavra, “vítimas”, sim nos sentimos injustiçados pela vida que nos coloca em prova a todo instante, nos põe na berlinda da dor, da tristeza, da desilusão, seja através de uma doença, de uma decepção amorosa, de um declínio profissional, seja pelo que for, mas o que não entendemos, é que isso tudo não é privilégio nosso e sim é a "sentença" de toda uma raça, denominada humana e limitada.
Seres humanos limitados e imperfeitos, que nem sempre tem a noção da sua potencialidade, apenas preferem encarar os fatos como trágicos, sem buscar aprender com seus erros e com suas quedas, preferindo a inércia a proatividade, as lamentações a encarar os problemas, mesmo sabendo de que não é exclusividade de um, mas sim de todos, porque da mesma maneira que a felicidade impera, a tristeza também o faz, que a saúde ronda, a doença também o faz, que a fartura abona, a miséria também o faz, e assim segue o rumo da vida, nesses eternos altos e baixos, nessa constante rotatividade de sentimentos e sensações, de erros e acertos, de lutas e vitórias, sempre em frente, na busca incansável para tentar ser feliz.

Angel Marie

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