O Exercício do Amor Próprio
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Caminhos para o amor e para a falta dele
Vivemos eternamente em busca do verdadeiro amor, e sonhamos, planejamos, e esperamos intensamente encontrarmos esse magnífico sentimento, que de uma maneira ou de outra, nos fará mudar a nossa história, nos trará mais paz, segurança e tranqüilidade, pelo menos é isso que esperamos que aconteça.
Mas, uma coisa é certa, não nos preparamos para a perda desse grandioso amor, ou seja, estamos tão focados e direcionados a vivê-lo que não percebemos quando ele esta acabando ou fugindo entre nossos dedos, como se fosse areia da praia, sem nos darmos conta de que esse sentimento também se escoa, precisa de cuidado, de atenção, de carinho, de respeito, de zelo, e que encontrá-lo pode até ser fácil, contudo, mantê-lo e perpetuá-lo é o item mais difícil dessa longa jornada.
Acredito que por mais que tentemos desvendar o sentimento do amor, ainda assim não poderemos mensurá-lo ou mesmo descrevê-lo, é comum escrever, poetizar, musicar, analisar, mas o trabalhoso mesmo é vivê-lo em cada vão momento, de forma intensa e valiosa, porque falar que se ama é fácil, o complicado são as demonstrações constantes desse sentimento, é a renúncia de sua roupagem para ceder ao ser amado em algumas situações ou instantes necessários, é a paciência em ouvir, em calar, em estar presente em todos os momentos, bons, ruins, alegres, tristes, é a aceitação de que todos somos imperfeitos e temos defeitos, mas que isso não é o obstáculo, mas sim, o ponto máximo do relacionamento humano, não é se fazer de cegos para os problemas, mas saber enfrentá-los com maturidade, com discernimento, com cautela e acima de tudo, com respeito ao próximo, que na realidade é a base da existência terrena.
Atualmente há uma grande dificuldade em se amar, afinal, as pessoas não querem mais “perder” tempo, estão cada vez mais egoístas e egocêntricas, e com isso, cada vez mais solitárias e infelizes, são namorados de cinco minutos, casamentos de fachada, diluídos por coisas banais, por que os cônjuges não conseguem mais compreender que eles não são adversários ou concorrentes, mas sim companheiros e integrantes de uma mesma equipe a “família”, e assim, propaga-se a descendência de mais pessoas frustradas e sem base familiar, inseguras e indecisas, porque as crianças, os jovens que também fazem parte desse núcleo, ficam sem direção, perdidos e inconstantes em seus próprios pesadelos, mas isso tudo é muito pouco, para que as pessoas percebam o que estão fazendo com suas vidas, e assim continuam a seguir o caminho inconseqüentemente, se unindo e se separando, construindo laços sem solidez, e destruindo a cada dia que passa as bases iniciais de qualquer ser humano, que é a instituição familiar.
Não existe fórmula pronta para ser feliz, isso é um fato, cada um vive de acordo com suas crenças e seus conhecimentos, o que é importante para mim, nem sempre é para você, e assim sucessivamente, mas o que deve ser repensado é a maneira que estamos lidando uns com os outros, imaginamos que somos marionetes manipuláveis e que se algo não está bom, basta pularmos o muro, e ficarmos com outro marionete, e assim seguimos, sem paciência, sem tolerância, fugindo de um defeito, e caindo em outros, sim, porque não encontraremos perfeição em ninguém no mundo, apenas uns com mais e outros com menos, mas no final todos com as mesmas imperfeições e defeitos, bem como, com as mesmas qualidades e virtudes, e nós tolos mortais, imaginando que a maneira mais fácil de resolvermos as situações, é deixar tudo para trás, sem encerrar a história e tentarmos iniciar outra. O que precisamos entender é que todo relacionamento morre e vive dentro dele mesmo, mas o que acontece hoje em dia é que não estamos muito dispostos a passar por essas fases de mudanças e solidificação, e então, partimos para as vias mais fáceis, o descarte do relacionamento e a busca incansável de outros.
Sabemos que muitas relações realmente terminam, por vários motivos, mas o que percebo muito, é que as mesmas estão se dissipando por coisas banais, que poderiam ser resolvidas entre os parceiros, se assim ambos, não estivessem tão cegos pelo egocentrismo e pela falta de empatia, que falta muito hoje em dia, a sensibilidade de nos colocarmos, mesmo que por um instante no lugar do outro, avaliar os erros não como sentenciadores ou juízes, mas como participante, por que não somos vítimas, nem algozes, apenas sempre seremos responsáveis por nossas escolhas, e serão elas que nos direcionarão para um caminho mais feliz ou triste, independente do outro.
A banalidade dos sentimentos faz com que tenhamos pessoas solitárias, mesmo estando acompanhadas, casamentos de fachadas, namoros de conveniências, relações que mais parecem um campo de concentração, tensas, infelizes, sem brilho, com a energia tão desgastada, que a sensação que temos é de ser algo que não existe amor, mas sim, falta de amor próprio, vê-se pessoas aceitando tudo, simplesmente para estar com o outro, se anulando e flagelando, aceitando receber “migalhas” de atenção e amor, e achando que é muito, simplesmente pelo medo da carência, de ficar sem o companheiro ou companheira, sem saber que ficando em uma relação desse jeito, é o mesmo que estar eternamente só, vivendo uma espécie de masoquismo sentimental.
É difícil resolver conflitos sentimentais, mas, temos que ter consciência, que o amor por si só não sobrevive, por mais forte que ele seja, é preciso a união de uma vasta lista de outros sentimentos e comportamentos, bem como, o carinho, a confiança, o respeito, a admiração, a lealdade, a verdade, o prazer de estar com o outro, sem imposições ou obrigações, apenas pela leveza da presença e da energia salutar que ele nos emana, quando realmente vivemos uma relação verdadeira em emoção, o planejar um futuro, o partilhar de sonhos e ideais, a reciprocidade na amizade, no cuidado, nas ações, por menores que sejam, enfim, é preciso avaliar o relacionamento para entender se ainda dá tempo de recuperá-lo, para não cortar o nó, quando o mesmo poderia apenas ter sido desatado, e depois não ficarmos companheiros do pior dos sentenciadores da existência, o arrependimento. Pense nisso!
Angel Marie
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amei ler esse texto e concordo plenamente com ele...maravilha se as pessoas podessem viver uma relaçao menos imediatista...bárbaro!!!
ResponderExcluirObrigada querido! Realmente, hoje em dia, é difícil ter relacionamentos duradouros, mas o importante é que possamos estar sempre refletindo sobre o nosso comportamento diante do outro e de nós mesmos, para assim nos amarmos mais, e conseqüentemente, amarmos o outro também!
ResponderExcluirMuita luz em sua vida sempre!!
Bjos no coração!