A alma, às vezes, sente saudade. Sim, uma saudade intensa, estranha, que anseia por algo que ela mesma não sabe o que é. Mas sabe que lhe causa um vazio, uma solidão, um descontentamento e, muitas vezes, um desalinho que bagunça tudo e a faz se recolher em suas próprias angústias, medos e desejos não revelados.
Ah, quantas vezes ela deseja um colo, um abraço, uma acolhida, quem sabe de uma outra alma, para sentir-se mais preenchida e aquecida. Mas, nem sempre se completa ao recebê-los. E então se assusta, desespera e continua a seguir sentindo-se incompleta.
Até o dia que entende, por fim, que a sua falta, sua incompletude, seus anseios e desejos só podem ser supridos por si mesma. Que ela está sentindo falta de seu próprio cuidado, zelo e atenção. Que tem olhado muito para fora, para a outra alma e esquecido de si.
E então em um suspiro profundo, um voo infinito para dentro de si mesma, em um entrelaçar de sua alma com sua essência divina e especial, ela se abraça e acolhe, se valoriza, basta e completa.
Nesse momento o Universo em si se expande para o Universo geral e a alma consegue voltar ao seu habitat natural. Se desvencilha do labirinto que a atormentava e aprisionava. Se liberta. Se reconecta. Se consagra com a sua divindade e, enfim, aprende que a alma só pode ser livre quando se aceita, se ama e respeita!
Quando uma alma se revela, acontece um milagre de fortalecimento do amor no planeta!
Angel Marques
Art by Lauri Blank
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