Quem se doa demais ao outro, se perde de si... |
Doar-se é necessário, claro, mas é preciso verificar e identificar quando você está se doando mais ao outro que a si mesmo. Quando deixamos de ser quem somos para satisfazer ou viver a vida de outro alguém, damos a essa pessoa poderes que ela não deveria ter sobre nós.
Damos a ela, basicamente, nossa identidade. É por isso, que a maioria das relações quando findam, quem se doou exageradamente, fica perdido, sem rumo, em desequilíbrio, pois ao ver o outro partir vê, também, a si mesmo indo embora e sente-se vazio, oco e, mais que tudo, enfraquecido e inseguro.
Quem se doa demais ao outro, acaba se perdendo de si e o resultado pode ser devastador para o íntimo.
QUANDO ESTOU ME DOANDO DEMAIS?
É preciso entender que somos seres individuais, mas vivendo em coletividade. Que estamos aqui para viver uns COM os outros e não uns PARA os outros. Por isso, quando deixamos de ser "EU" para viver como "NÓS" perdemos os melhores momentos de nossa essência, as melhores descobertas do outro e, também, de nós mesmos ao lado dele.
Deixamos de ser DOIS para viver UM e, acredite, nessa relação há mais de possessividade que amor. O amor é leve, livre, ambos se permitem ser quem são e viver em comunhão, mas jamais submissão.
O VIVER A DOIS, SEM SE PERDER DE SI.
Viver a dois se torna uma tarefa simples quando aprendemos a viver como um; quando passamos a nos conhecer mais, valorizar, respeitar e, acima de tudo, amar. Não há como fazer pelo outro aquilo que não conseguimos fazer por nós mesmos.
Somos diferentes e sempre seremos, mas se aprendermos a lidar com essas diferenças, respeitando-as e ajustando-as às nossas, sem precisar fingir, se autoflagelar, ignorar ou autossabotar, certamente, teremos relações mais fortalecidas, enriquecidas e com amor próprio duplicado.
Afinal se contas, se não houver amor próprio, jamais haverá uma doação sem submissão.
Angel Marques