O Exercício do Amor Próprio

O Exercício do Amor Próprio

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Ah....tanto tempo junto, que pena que não deu certo!!!



Ouço muito essa frase e sempre indago: Mas quem disse que não deu?!
Com certeza, deu o tempo que tinha que dar - o quanto durou.

Acho engraçadas as relações sentimentais. As pessoas se encantam, se apaixonam, namoram, noivam, casam, enfim, constroem uma história juntas, seja lá o tempo que foi, e depois, simplesmente quando esse tempo físico e emocional termina - porque nem tudo é para sempre, ou necessariamente não precisa ser - as pessoas se digladiam, se ofendem, mal dizem, "odeiam-se" e pior, "cospem no prato que comeram", como bem diz o ditado.

Na verdade, relacionar-se nunca foi e nem nunca será simples, fácil e eternamente “florido”, porque mesmo tendo muitas similaridades, ninguém é igual a ninguém, portanto, sempre haverá "conflitos", diferenças, impasses, divergências...

Por mais que não se queira aceitar, no geral, sempre sabemos com quem estamos lidando, afinal, sinais do comportamento do outro sempre é passado, de forma direta ou indireta, mas o que acontece na maioria dos casos, é que se aposta para ver no que vai dar, e quando não dá o que o outro imaginaria que daria, ai surgem às frustrações, cobranças excessivas e desentendimentos de todas as ordens.

Tem uma frase que uso bastante e que acho pertinente para esse texto, que é: as pessoas só terão a noção real do que o outro faz, quando sentirem na sua pele, enquanto estiverem de fora só observando e /ou opinando, tudo serão flores. E é nesse ponto que a maioria se perde. Ou acredita que se aquele ou aquela fez com o parceiro (a) anterior não fará com ela, por que não?!

Então, o que podemos observar claramente é que as pessoas criam expectativas exageradas no outro e quando elas não são supridas, mais nada vale à pena, e o outro passa a não ter mais prioridade em sua vida. O que muitas pessoas se esquecem é que não vale a pena passar pela vida acumulando rancores, ressentimentos, mágoas...Claro que há términos doloridos, traições, desrespeitos...
Mas por mais duro que possa parecer o que vou dizer, ninguém nos faz nada que não tenhamos dado permissão para fazer. Portanto, não há vítimas ou algozes, apenas pessoas responsáveis por suas escolhas – naquele momento.

Mas o mais interessante é, que se diz tanto: “meu amor”, “ eu te amo” e no primeiro momento que se pode desejar tudo de ruim para aquele ou aquela que um dia foi o seu “grande amor”, não se mede esforços. Então, será que foi realmente amor?!!
De repente, você pode perguntar: Mas amor tem que suportar tudo?! Claro que não.

Mas quando eu amo, compreendo que por alguma razão aquela relação não deu certo, e mesmo encerrando ela, continua-se amando o outro, talvez, não mais aquele amor carnal, louco, físico, do desejo acima de tudo, mas aquele construído pelo carinho, pelos bons momentos, pelas trocas que tiveram, pelo que construíram juntos - no tempo em que ficaram-, compartilharam, as amizades em comum, os risos largos, as brincadeiras bobas, os cuidados, a atenção, o auxílio...enfim, por tudo aquilo que um dia fez você acreditar que seria para sempre.

E isso, não se perde quando é VERDADEIRO, independente das decepções. Porque você as tem, supera-as e segue. Isso é o que faz com que se transforme aquele amor possessivo em amor livre, que deseja o bem do outro, fica feliz com a sua felicidade, que entende que um dia podem até ter se machucado, mas que aquilo, só serviu para amadurecer cada um, fazer crescer, evoluir e avançar...e avançar significa ter maturidade, compreensão que todos aqueles que fizeram parte do seu passado (mesmo você não estando mais nele) foram e sempre serão importantes para sua história de vida, contribuíram SIM para o melhor que você é hoje, por mais que você não queira aceitar isso.

Por que o AMOR é isso, é sentimento renovador, é sentimento que quando penetra o íntimo se perpetua e se transforma, e mesmo que ele não se eternize fisicamente, mas no coração ele para sempre estará presente – em formas variadas e reestruturadas – alimentando o seu íntimo de sensações benéficas e nunca de autoflagelações e mágoas do que passou.


Não siga carregando o peso de relações passadas...perdoe, perdoe-se e siga leve!!



Angel Marques

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Príncipes encantados?! Homem Perfeito?! Hum...



Não queira príncipe encantado e amor eterno perfeito, pois esses, com certeza, só existem nos contos de fadas. Existem lá, porque o “the end” deles sempre acontece logo após o casamento, na verdade, ninguém nunca se atreveu a contar a história depois disso, e até chegar nele, ambos vivem na busca pelo encontro, passando por desafios, separações, distanciamentos e pouco convivem, realmente.

O mito do homem perfeito, daquele que vai chegar em um cavalo branco e nos salvar das garras do “dragão” da solidão, da carência e das expectativas exageradas de um amor sem problemas, acredito eu, é a forma mais fácil e direta de sofrimento. Por quê?! Porque acreditar na perfeição - seja ela qual for ou vinda de quem for - no mundo em que vivemos é o mesmo que acreditar que somos imortais, inatingíveis e oniscientes, resumindo: Deuses.

Mas, a verdade é que somos - TODOS – homens e mulheres, humanos, falhos, errantes, atingíveis, mortais, “ignorantes”, eternos aprendizes imperfeitos, contudo, sempre na busca pelo melhor e por nos tornar melhores.

E assim sendo, o objetivo não deve ser encontrar o príncipe encantado, porque ele só a Cinderela, a Rapunzel e a Bela Adormecida encontraram. No caso das meras mortais, que não vivem em um livro de contos de fadas, mas, sim, em um livro existencial chamado vida real, a busca deve ser por aquele que, pode até ser um “sapo”, mas, que saiba ser um “príncipe” no tratamento com você.

Que ele seja doce, educado, cortês, cavalheiro, que tenha respeito, que seja carinhoso, sensato, sincero, honesto, verdadeiro, que saiba cativar e tenha responsabilidade nisso, que ao lidar com você, mesmo sabendo que também não é a “princesa” das historinhas, mas, que lhe trate como se fosse, que saiba valorizar as suas qualidades, obviamente, identificando os defeitos, que saiba conduzir a relação não como uma história com a pretensão de um “foram felizes para sempre...”, porém, com todos os esforços para fazê-la ser “feliz VERDADEIRAMENTE enquanto durar...”.

Acredito que nos perdemos em nossos castelos de ilusões sentimentais, a partir do momento em que idealizamos demais o outro, quando desejamos que ele seja o “príncipe” ou a “princesa” que tanto buscamos, expectamos e esperamos que chegasse para nos salvar. Quando na verdade, o objetivo deveria ser apenas que ele ou ela viesse para ser um parceiro (a) da caminhada, que estivesse disposto (a) a – juntos – seguirem os caminhos floridos, mas também, muitas vezes, íngremes de qualquer relação a dois.

O “homem perfeito”, com certeza, será aquele que estiver disposto a sê-lo com você, e vice-versa. Será aquele, que mesmo tendo consciência de todas as suas limitações e deficiências, estará decidido a tentar relacionar-se e esforçar-se para que a sua história seja construída de forma leve, tranquila, passando por todas as etapas de uma relação, sem ter a pretensão de ser melhor, nem pior, apenas ele mesmo em toda a sua essência (boa e ruim).

Contudo, para mim, em especial, o que difere um “homem perfeito” de um “homem comum” é apenas a forma dele se importar com você, de não ser egoísta, não pensar só em seu bel-prazer, mas, em ter consciência que ao estar em uma relação, por mais que sejamos individualistas e individuais, qualquer relacionamento só pode acontecer a dois, portanto, ambos importam.



Angel Marques 09-11-12