O Exercício do Amor Próprio

O Exercício do Amor Próprio

sábado, 28 de agosto de 2010

Poema de Família - Um porto seguro para regressar.

Poema de Família
A família é o bem mais precioso que existe!


O tempo passa depressa e com ele vão-se os anos que não voltam mais. Aquele tempo mágico de criança em que tudo era só fantasia e diversão, o qual os sonhos eram fortes e sólidos, e as pessoas, na nossa visão, eram gigantes maravilhosos, heróis e heroínas de um conto de fadas chamado vida.

Mas, logo chega à adolescência, rasgando nossas roupas de renda e sujando nosso rosto com pinturas, quebrando nossos cristais da inocência e nos mostrando que as nuvens não são de algodão, que o circo já não é tão engraçado e que a fantasia faz parte de uma história da carochinha. Nos diz em bom e alto tom, que já não somos mais seguros em nossos castelos de ilusões e que aquela barreira que nos protegia dos dragões, foi derrubada, e que estamos vulneráveis aos bandidos das historinhas em quadrinhos, que hoje são reais.

E aqueles nossos heróis e heroínas, hoje são criaturas normais, providas de erros e de defeitos como qualquer outro ser humano. Inclusive nós mesmos.

Então, quando achamos que a mutação já está completa, chega a maior idade, quase sem nos darmos conta, gritando e escandalizando um novo modo de vida, com grandes responsabilidades, com feridas e, também, cicatrizes que insistem em nos acompanhar.

Que fazem com que nossos dias sejam totalmente reais. Deixando a doçura de uma noite de natal a espera do papai Noel adormecer em nossos corações - hoje não mais tranquilos como antes - mas sim ansiosos e, por vezes, rancorosos.

Apagando de vez a esperança de podermos voar como Peter pan e derrotarmos os vilões. De termos super poderes como o super homem. De encontrarmos um mundo louco e mágico como o de Alice. De sermos imortais e imbatíveis. De termos sempre finais felizes como o da Banca de Neve. De encontrarmos o nosso príncipe como a Cinderela. De escalarmos a torre, seguros em duas tranças, como as de Rapunzel. Enfim deixamos para trás todas as bolinhas de sabão que foram sumindo uma por uma na beira da calçada da vida. E nos permitimos percorrer um caminho mais longo, menos tranquilo.

Não que a vida na maior idade não tenha suas emoções e alegrias, mas nessa fase nos esquecemos de:

  • Cantar bem alto;
  • Sorrir por qualquer bobagem;
  • Perdoar com facilidade; 
  • Conversar muito, mesmo que não tenhamos assuntos;
  • Ter sempre um amigo invisível;
  • Dançar na chuva, mesmo correndo o risco de levar uma bronca ou pegar uma gripe;
  • Dizer o quanto amamos às pessoas, sem medo de sermos rejeitados ou ignorados;
  • Abraçar...
Deixamos de fazer tudo isso e, principalmente, de dizer para quem amamos o quanto são importantes para nós. Que hoje, também, sentimos medo, insegurança e tristeza, mas que não sabemos como expressar, como era antigamente. Que precisamos de colo, mesmo não cabendo mais entre seus braços e sendo tão pesados. Que precisamos de incentivo, de crença, de nos sentirmos mimados e especiais.

Hoje talvez não tenhamos mais o cheiro de bebê, nem a graça, nem a inocência, nem tudo o que fazemos é tolerável, mas que, de vez em quando, também estamos fazendo para chamar a atenção e, muitas vezes, o que falta é tão pouco, que se torna dispensável para outros olhos.

HÁ VALOR EM CADA FASE! CLARO QUE HÁ!

Todas as fases da vida são importantes. Cada uma com o seu sabor e o seu valor. Uma com mais magia, outras com mais desilusões. Uma com mais alegria, outras com mais confusões. Mas o que realmente importa em qualquer uma delas é sempre termos a certeza de que temos alguém.

Seja para nos dar colo. Para nos dizer eu te amo, mesmo que de vez em quando. Para nos lembrar que somos importantes em suas vidas. Nos apontar que temos erros, mas também nos lembrar nossos acertos.

O mais interessante é que muitas vezes chegamos a maior idade, mas nossa alma e nossa mente ficam presas a uma tenra lembrança de uma época feliz: Seja de uma infância prazerosa ou de uma adolescência aventureira. Por isso, em muitos momentos, só colocamos uma capa escura, uma máscara de pessoa mal humorada, grosseira, depressiva ou triste, apenas para disfarçar a necessidade que temos de voltar a ser algo que não volta mais. Nem que não conseguiremos fazer com que aqueles momentos se repitam no presente.

A vida é uma eterna transformação, mesmo quando não queremos seguir essa mutação, ela nos obriga de alguma forma.

É por isso que existe a família! São essas pessoas que estão ao nosso lado, muitas vezes perto, outras longe, presentes ou ausentes, alegres ou tristes, unidas ou não. Mas que fazem a diferença em nosso aprimoramento. Pois cada um de nós precisa do outro para evoluir. Para nos sentirmos importantes para nós mesmos e para o mundo. Para termos força de derrubarmos as barreiras da dor, das provas, dos fracassos, das perdas.

Para nos sentirmos mais gente! Com uma identidade. Com um porto seguro, que sempre saberemos, que apesar de tudo estará ali sempre esperando o nosso regresso.

Família é mais que um aglomerado de pessoas que se inicia pelo pai e a mãe, e que segue com os filhos, netos, tios, tias, primos, primas, avôs, avós. Ela é a nave mestra que conduz nossos passos. É o grande elenco da peça da vida. É especial por excelência e fundamental para a nossa existência. Por isso, Família é Fonte de Amor e Mutação, Integridade e Lealdade, Interação e, acima de tudo, Amizade!

Angel Marques

Deixa-me Ser




Deixa-me gritar o mais alto que puder, e que meu grito invada todos os lugares como música instrumental, e que acalme todos os corações angustiados e deprimidos. Que as palavras soem como sinos natalinos, que embalem sonhos utópicos. Que o ritmo equilibre pensamentos e emoções, que simplifique as tristezas e multiplique a alegria e a beleza.

Deixa-me voar o mais alto que puder, e que meu vôo ultrapasse o limite do finito tocando no infinito, e que descubra que alem do céu, da terra e do mar existem outros lugares, que pairando sobre o céu possa descobrir que as nuvens são feitas de algodão, que o ar tem cheiro de hortelã, e que as estrelas são vaga-lumes em diversão.

Deixa-me amar plenamente e que esse sentimento transforme-se em escudo protetor, que seja arma, mas não crie guerra, que seja explosivo, mas não destrua que, seja fogo, mas não queime que seja forte, mas não temido, que seja amigo e não crie inimigos, que seja único, mas nunca egocêntrico.

Deixa-me, enfim, ser tudo que quiser ser, que meu poder de criação seja imensurável, que minhas fantasias sejam inigualáveis, que o meus sentimentos sejam indestrutíveis, que meus conhecimentos se multipliquem, e que a magia do meu pensamento possa ultrapassar os limites da mente, tornando-me assim um ser mais completo e feliz.

Angel Marie

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dar sem esperar nada em troca?



Normalmente nos indagamos sobre o lance do "dar sem esperar nada em troca" e eu pergunto, até que ponto usamos essa máxima na prática? Há quanto tempo você não fala com aquele seu amigo, só por que ele também sumiu de sua vida? Há quanto tempo você não faz alguma coisa por alguém, sem que esse alguém tenha que lhe pedir isso? Há quanto tempo, você não pára para ouvir ou aconselhar, mesmo sabendo que o outro precisa, só por que ele não lhe disse que precisava de você?

Certa vez, ouvi uma pessoa falar “ mas o que a minha simples presença pode afetar, melhorar ou piorar a saúde de tal pessoa? E nessa hora, eu me indaguei sobre como as pessoas não sabem da importância delas, e que elas só fazem as coisas, se o outro lhe disser que precisa, que aquela atitude pode mudar algo ou ajudá-las. Mas, por quê? Por que tem que ser dessa maneira, por que precisamos que o outro nos peça, implore, nos diga o que nossas ações causam nele, para que nós tenhamos a consciência ou a vontade de ajudar, contribuir, mesmo que seja “só com a simples companhia”, que muitas vezes, vale muito,e nós nem imaginamos.

Não sei, mas às vezes vejo que esperamos muito por tudo para agir, para sermos mais nós mesmos, independente do que vão achar, ou do que possamos receber ou causar, por que no final, nesse lance de dar, acabamos ganhando muito mais, mesmo quando achamos que não. Por que "não há como perfumar alguém sem que o aroma do perfume fique em você também".

E dentro dessa filosofia, se bem soubéssemos, deveríamos realmente passar a fazer mais pelo outro sem tantas preocupações de retribuição, afinal, ninguém é igual a ninguém, e nem sempre o outro pode ser ou fazer por você o mesmo que você faz ou é, e isso não tira dele o mérito de poder ganhar algo nosso.

Precisamos sim, seguir o mantra do sábio São Francisco de Assis quando diz “Fazei que eu procure mais, consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois, é dando que se recebe...” Enfim, com certeza sei que essa prática nem sempre é fácil, mas uma coisa posso garantir, a consciência tranqüila de ter cumprido a sua tarefa, ter feito a sua parte, independente do resultado ou retorno, é a melhor recompensa que se pode ter na vida.

Angel Marie

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Relacionamento e o conhece-te a ti mesmo.



Assisti a uma reportagem em que um psiquiatra dizia que um dos grandes problemas de relacionamento entre homens e mulheres é a falta de conhecimento de si mesmo, e eu, concordo plenamente, e vou mais além, acho que esse “relacionamento” se abrange a qualquer forma de contato humano, não só sentimental.

Sempre defendi essa tese de que o autoconhecimento é a base para tudo, é através dele que poderemos alcançar o equilíbrio emocional necessário para entendermos que o outro é como ele é e não do jeito que nós idealizamos, que às vezes, as expectativas que criamos, são desnecessárias, por que a vida e as pessoas sempre nos surpreenderão de alguma forma, e nem sempre essa surpresa será como queremos, mas nem por isso, quer dizer que não seja especial. Se eu não me conheço, fica mais difícil me valorizar e respeitar, e como posso "ensinar" o outro a fazer o mesmo por mim ou a ter forças para parar quando perceber que ele não está sendo o que eu "preciso" ou "mereço"?

Quando me conheço, sofro menos, por que não espero que me completem, apenas me acompanhem, não vivo PARA alguém, mas apenas, COM alguém e isso, me traz serenidade e lucidez para não entrar em neuras. Enfim, o que percebo é que o que falta são as pessoas terem coragem para isso, por que quando nos conhecemos, ou para nos conhecermos, precisamos enfrentar nossos medos, nossos defeitos, compreendendo que somos falhos e que temos fraquezas, é preciso encarar-se no espelho e aprender a se perdoar também.

Quando nos conhecemos de verdade, saímos do papel de vítima ou algoz, e passamos apenas para o papel de responsáveis por nossas ESCOLHAS e isso, nem sempre é simples de assumir, por que viver a vida colocando a culpa nos outros é mais tranqüilo e mais simples para podermos seguir vivendo ou nos iludindo de que somos perfeitos e, portanto, melhores ou mais especiais que o outro, e conhecer-se tira o véu da cegueira orgulhosa, egoísta e presunçosa, nos transparecendo a verdade de que só nós somos responsáveis por nossa vida e só a nós cabe a função de sermos e nos fazermos felizes, sem querer colocar essa responsabilidade nas mãos de outras pessoas. Quando nos conhecemos de verdade, passamos a viver, por que antes disso, só sobrevivemos.

Angel Marie

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Onde será que ficam os sonhos adormecidos?



Onde será que ficam os sonhos adormecidos? Dentro de algum lugar no íntimo do coração, guardados a sete chaves e abandonados por terem sido desacreditados? Ou ficam escondidos na mente, meio tontos e cambaleados, por não terem sido enfrentados?

E de onde vem a chama que acende aquela luz no fim do túnel, quando imaginamos não ter mais esperanças ou crença que algo pode dar certo? Será que ela vem das memórias emotivas das velhas estórias contadas para ninar, em nossa infância, de grandes guerreiros, caçadores, rainhas e princesas, príncipes e mocinhos que sempre salvavam suas amadas e resolviam tudo no final?

Ah! Quem poderá desvendar os mistérios da magia humana, das crenças nos sonhos, das vontades ocultas que trazemos dentro de cada um e que muitas vezes nos perdemos nos labirintos de nossas próprias desilusões, nossos medos, receios e descrenças.

Quem, depois de adultos e não mais inocentes, poderá nos salvar, das garras dos dragões, do medo do escuro, das decepções de descobrirmos que os nossos heróis também são vilões e que o mundo não é tão colorido como OZ e não existem tantos caminhos de pedra amarelas que nos levarão a grandes aprendizados, mas que eles acontecerão, e de formas diversas e que em muitas vezes, talvez nem percebamos de imediato, mas que com certeza aprenderemos em algum momento.

Nessa viagem encontraremos muitos homens de lata, sem coração, leões ferozes, e não tão covardes e espantalhos espertos e com muito cérebro, que poderão ser nossos parceiros, mestres ou aprendizes, mas também, poderão ser aqueles que nos ensinarão da maneira mais dura que a vida não é realmente um conto de fadas.

Angel Marie

Somos livres realmente?!



Somos livres realmente??!! Ou vivemos em uma prisão interior??!
A infância nos foi roubada, nosso céu não é mais azul, a miséria e a fome aumentam a cada dia, nossos rios, mares, não são mais tão límpidos, as mulheres, as genitoras por natureza, se calam diante de agressões e humilhações domésticas.

Uma grande massa terrestre é esmagada e oprimida, nossas matas, florestas, nosso verde está desaparecendo....E nós?! Simplesmente nos perguntamos, o porquê? O que podemos fazer?! E nos sentimos vazios, ocos, perdidos nessa imensidão que é viver.

Por que estamos tão presos e inermes, mas ao mesmo tempo tão envolvidos, mesmo quando queremos ser omissos e fingir que tudo é normal, pois sabemos que não é, e que também fazemos parte desse ciclo existencial, entrelaçados nessa teia, onde tudo que acontece com a natureza, com o próximo, com os animais, de alguma forma recaí sobre nós, mesmo que indiretamente, e por isso, nos sentimos responsáveis de alguma maneira.

Angel Marie